Lactitol monohidratado solução oral em pó (50 saquetas) Tratamento para sintomas de constipação habitual ou situações que requerem evacuação do reto, como cirurgias anais, fissuras anais ou hemorroidas. Adequado para adultos e crianças com mais de 6 anos de idade.
AÇÃO E MECANISMO
- Laxante osmótico. Lactitol é um dissacarídeo de galactose e sorbitol. Não é um substrato de dissacaridases e, portanto, não é absorvido no intestino. Quando atinge o cólon, é metabolizado pela microflora intestinal (Bacteroides, Lactobacillus) e transformado em ácidos orgânicos de cadeia curta, como ácidos acético, propiônico ou butírico. Esses ácidos aumentam a pressão osmótica no intestino, levando a uma maior liberação de água no lúmen intestinal, aumentando o volume e a hidratação das fezes.
A diminuição do pH induzida pelo lactitol reduz a absorção intestinal de amônia e promove sua eliminação. Também poderia promover a colonização de bactérias acidofílicas (por exemplo, Lactobacillus) contra bactérias proteolíticas e alterar o metabolismo do nitrogênio bacteriano, estimulando o uso de amônio para síntese proteica.
Os efeitos laxantes demoram algumas horas após a administração para aparecer, embora às vezes demore vários dias para normalizar o trânsito intestinal.
ADVERTÊNCIAS ESPECIAIS
- Realizar diagnóstico diferencial em pacientes com suspeita de obstrução intestinal.
-Monitorização:
* Níveis de eletrólitos em pacientes idosos ou debilitados em tratamento a longo prazo.
IDOSO
Não han descritos problemas específicos nos idosos que exigissem um reajuste das doses. Entretanto, esses pacientes tendem a ser mais sensíveis às perdas hidroeletrolíticas induzidas pelos laxantes, o que pode exacerbar estados de fraqueza, hipotensão e incoordenação psicomotora, com consequente risco de quedas e fraturas.
Em pacientes idosos ou frágeis que receberam lactitol por períodos superiores a 6 meses, casos de desequilíbrios eletrolíticos com hipocalemia han sido descritos. Os níveis de eletrólitos podem precisar ser monitorados nesses pacientes quando eles recebem tratamento prolongado.
ACONSELHAMENTO AO PACIENTE
- Antes de iniciar o tratamento para constipação, os hábitos de vida devem ser modificados. Recomenda-se ingestão diária adequada de líquidos e fibras, respondendo rapidamente ao estímulo da defecação, e realização de exercícios físicos.
- Os efeitos podem levar até dois ou três dias para aparecer, por isso a dosagem não deve ser modificada, muito menos o tratamento deve ser interrompido sem prescrição médica.
- Verifique com o seu médico e/ou farmacêutico se a obstipação piorar, ou se surgirem sintomas como náuseas ou vómitos, inchaço abdominal ou febre.
CONTRA-INDICAÇÕES
- Hipersensibilidade ao lactitol ou qualquer outro componente do medicamento.
- Situações que podem ser agravadas pelo efeito laxante, como [OBSTRUÇÃO INTESTINAL], [PERFURAÇÃO INTESTINAL], CRÔNICA [DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL], [APENDICITE] OU [MEGACÓLON TÓXICO]. Logicamente, não deve ser usado em pacientes com [DIARREIA].
- Pacientes com [intolerância à frutose] ou [intolerância à glactose], [galactosemia] ou distúrbios de má absorção hereditária desses açúcares. O lactitol pode conter frutose ou galactose livre, portanto, em pacientes com alterações em seu metabolismo, pode levar a frutosemia sintomática ou galactosemia.
EFEITOS NA CONDUÇÃO
Não se espera que tenha um impacto significativo.
GRAVIDEZ
Segurança animal: lactitol não resultou em efeitos adversos fetais (6 DMRH).
Segurança em humanos: Não estão disponíveis estudos adequados e bem controlados em seres humanos. Sua administração, especialmente durante o primeiro trimestre, só é aceita se não houver alternativas terapêuticas mais seguras, e os benefícios superarem os possíveis riscos.
Efeitos sobre a fertilidade: Lactitol não afeta a fertilidade em animais. Não han realizados estudos específicos em seres humanos.
FARMACOCINÉTICA
Oralmente:
- Absorção: absorção oral mínima, com 0,5-2% de biodisponibilidade.
- Metabolismo: sofre metabolismo por bactérias intestinais, dando origem a ácidos orgânicos de cadeia curta (acético, propiônico, butírico), responsáveis pelo seu efeito farmacológico.
Capacidade indutora/inibidora de enzimas: sem efeitos significativos.
- Excreção: a maioria nas fezes, pois não são absorvidas. Na urina, aparece < de 2% da dose.
Farmacocinética em situações especiais: não existem dados específicos em crianças, idosos ou doentes com compromisso renal ou hepático.
TRAJETO
- Tratamento da constipação habitual.
INTERAÇÕES
Em geral, deve-se notar que os laxantes podem diminuir a absorção de qualquer droga administrada por via oral, aumentando o peristaltismo intestinal.
As seguintes interações han descritas:
- Mesalazina. O lactitol pode diminuir o pH das fezes, interferindo na liberação de mesalazina de sua forma farmacêutica e reduzindo seus efeitos.
ENFERMAGEM
Segurança animal: Não existem dados disponíveis.
Segurança em humanos: Não se sabe se é excretado com leite e as consequências que pode ter para o bebê. No entanto, devido à sua baixa absorção oral, é improvável que apareça em quantidades significativas no leite. Use com cautela.
CRIANÇAS
A segurança e eficácia em crianças < 6 anos de idade não foram avaliadas, por isso recomenda-se evitar seu uso.
REGRAS PARA UMA BOA ADMINISTRAÇÃO
O conteúdo do sachê deve ser preferencialmente misturado com alimentos ou bebidas. Após a administração, recomenda-se beber 1-2 copos de líquido.
Administração com alimentos: Administrar preferencialmente com alimentos, pois isso reduz a incidência de náuseas.
DOSAGEM
"EMPORTAL":
- Adultos: inicialmente 20 g/24 h em dose única, de manhã ou à noite. Se necessário, pode ser aumentada para uma dose máxima de 30 g/24 h. Pode então ser reduzido para 10 g/24 h, dependendo da resposta.
- Crianças e adolescentes < 18 anos de idade: geralmente 0,25 g/kg.
* Adolescentes de 12 a 16 anos: 10 a 20 g/24 h.
* Crianças 6-12 anos: 5-10 g/24 h.
* Crianças < 6 anos: não recomendado.
- Idoso: não necessita de reajuste de doses.
Duração do tratamento: evitar tratamentos prolongados.
Dose esquecida: Administrar a dose seguinte à hora habitual. Não duplique a dose seguinte.
DOSAGEM NA INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA
Não han feitas recomendações de dosagem específicas.
DOSAGEM NA INSUFICIÊNCIA RENAL
Não han feitas recomendações de dosagem específicas.
PRECAUÇÕES
- [DESEQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO]. Antes de iniciar o tratamento com um laxante, seria aconselhável corrigir qualquer possível alteração nos níveis de água e eletrólitos. Recomenda-se também o acompanhamento de crianças, idosos ou pacientes debilitados, nos quais o aparecimento dessas alterações após o uso de laxante poderia ser mais frequente.
- Sintomas de obstrução intestinal. Antes de iniciar o tratamento com um laxante, é aconselhável fazer um diagnóstico diferencial de obstrução intestinal em pacientes com sintomas como [NÁUSEAS], [VÔMITOS] ou [DOR ABDOMINAL] de origem desconhecida, ou [DISTENSÃO ABDOMINAL].
- Colônico [CIRURGIA]. O lactitol pode produzir acúmulos de hidrogênio no cólon, portanto, na presença de uma faísca elétrica produzida por eletrocautério em proctoscopia ou colonoscopia, poderia resultar em uma explosão. Antes da cauterização, uma lavagem intestinal completa com uma solução não fermentável deve ser realizada.
REAÇÕES ADVERSAS
O lactitol é geralmente bem tolerado e as reações adversas são geralmente limitadas aos sintomas intestinais (flatulência, distensão abdominal), que melhoram com o tratamento continuado. Em caso de baixa tolerabilidade, a incidência de reações adversas pode ser reduzida reduzindo a dosagem.
As reações adversas são descritas de acordo com cada faixa de frequência, sendo consideradas muito frequentes (>10%), frequentes (1-10%), pouco frequentes (0,1-1%), raras (0,01-0,1%), muito raras (<0,01%) ou de frequência desconhecida (não podem ser estimadas a partir dos dados disponíveis).
- Digestivo: raros [VÔMITOS], [DIARREIA], [FLATULÊNCIA], [INCHAÇO], [DOR ABDOMINAL]; muito raros [NÁUSEA], [PRURIDO ANAL].
OVERDOSE
Sintomas: A diarreia é esperada, o que às vezes em casos graves pode levar a desequilíbrios eletrolíticos.
Medidas a tomar:
- Antídoto: Não existe antídoto específico.
- Medidas gerais de eliminação: descontinuar o lactitol.
- Monitoramento: níveis de eletrólitos em situações graves.
- Tratamento: sintomático. Fluidos orais e eletrólitos precisarão ser substituídos, se necessário. Os espasmos intestinais poderiam ser combatidos com antiespasmódicos.